Bla, bla, bla!! Diga logo qual o dia, caralho.
- Quanto tempo, doutor?
- Três meses. Consequência do cigarro! Tente parar e fazer...
Tente parar de transar por uma semana, imbecil. Vai ver como me sinto sem fumar.
Trêmula, sai da clínica, deixa o olhar se perder na avenida e tira da bolsa o seu companheiro de toda obra e hora desde os 13 anos: o cigarro.
Preciso dar! Preciso dar! Nããããão! Eu TENHO que dar!
- Táxi!!!
- Pra onde, senhora?
- Siga a BR até a saída da cidade.
Daqui pro fim da cidade são meus exatos três meses.
- Ali, ali! A esquerda, logo após o retorno!
- Aqui, moça?! Aqui?!
- Isso! Entra e não me pergunta mais nada até estacionar.
"Amor Fatal" piscava em vermelho neon. Parecia premeditado.
Carro parado. Porta aberta. Ar ligado! AGORA!
- Tira a roupa, cara!
- Moça, tem certeza?!
- Tira logo!
- Oh, assim, nem precisa pagar a viagem...
Dois corpos nus.
- Deita, velho.
Puxa o brinquedinho. Longo e frio.
- Moça, o que é isso? Pra que isso? Não, não...
- Eu preciso relaxar. Não vai me ajudar? Vira, posição fetal.
Nu eu vim, nu voltarei. Pra que esperar três meses?
E ela deu. Dois estouros secos. Vermelho. Silêncio.
3 comentários:
Muito bom. =o
Acidentes acontecem, ainda mais quando você os provoca. Lugares improváveis, situações improváveis.
Isso me lembrou "Verônica decide morrer", mas esta aqui conseguiu de verdade!!!
Isso que é mulher de decisão!
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